Na última quinta-feira (08), a Polícia Federal, em uma ação conjunta com outras agências, desencadeou a Operação Freeloader, que mirou no combate a crimes eleitorais e lavagem de dinheiro em Vitória, Serra e Cariacica. A operação teve como alvo principal pessoas e empresas associadas a Thiago Carreiro (foto), vice-prefeito da Serra e atual pré-candidato a vereador pelo União Brasil.
Vice-prefeito é alvo de busca da Polícia Federal
Durante a operação, a PF executou nove mandados de busca e apreensão. As autoridades apreenderam telefones celulares, documentos e R$ 6,7 mil em dinheiro. Apesar da magnitude da operação, não houve prisões.
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As investigações revelaram um esquema onde empresas de marketing político contratadas para a campanha de Carreiro em 2022, quando ele concorria a deputado federal, inflacionavam valores. Segundo a PF, uma das empresas de markerting, apesar de receber R$ 225 mil, não prestou serviços. Essas práticas levantaram suspeitas de desvio de fundos eleitorais, levando a um pagamento exorbitante que atingiu até 1.200% acima dos valores de mercado.
Delegado relata detalhes do esquema de desvio do fundo eleitoral
Em entrevista para TV Vitória, o delegado federal Fernando Amorim, deu detalhes de como funcionava os acordos de pagamentos com empresas de marketing da campanha de Thiago Carreiro. De acordo com o delegado, as empresas recebiam uma parte do valor durante a campanha, e acordavam o restante por fora.
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“Essas empresas faziam artifícios: o candidato pagava uma parte e se comprometia a pagar outra parte por fora. As empresas topavam esse expediente, só que quando chegava na hora de cobrar o candidato falava ‘não vou pagar você está errado, eu também estou”
Fernando Amorim, delegado da Polícia Federal
Segundo as investigações, Thiago Carreiro não esperava que essas empresas fossem entrar na justiça para reaver essas dívidas pendentes. No entanto, as empresas entraram com processos cobrando pagamentos, o que foi suficiente para levantar essas suspeitas de irregularidades.
Dessa forma, a operação teve início após juízes cíveis receberem alertas sobre o potencial crime eleitoral através de reclamações feitas pelas empresas envolvidas. Uma vez que, se tratavam de valores que supostamente não estiveram declaradas na prestação de contas da campanha junto ao TSE.
“Os juízes que receberam essas reclamações cíveis perceberam que tinha um crime eleitoral e mandaram esses fatos para a gente e foram instaurados dois inquéritos”
Fernando Amorim
Thiago Carreiro contratou coordenadores com salários de 60 mil
Além disso, foi descoberto que quatro assessores do gabinete de Carreiro foram contratados como coordenadores de campanha com salários entre R$ 35 mil e R$ 60 mil. Sendo assim, aumentando as suspeitas de irregularidades e má gestão dos recursos da campanha. Contas eleitorais do vice-prefeito já haviam sido alvo de reportagem do Serra Noticiário em 2022.
O caso ganhou uma camada adicional de complexidade com a alegação de Carreiro, que chamou a operação de “perseguição política” em um vídeo publicado nas redes sociais.
Enquanto isso, a empresa LD Consultoria e Gestão, uma das envolvidas, negou as irregularidades e afirmou que todos os serviços foram devidamente documentados com notas fiscais, prometendo esclarecimentos à Justiça.
Vídeo Youtube SN:
O que diz a Prefeitura da Serra?
A Prefeitura da Serra foi procurada para comentar o caso. Em nota, destacou que a investigação não tem relação direta com a administração municipal, mas expressou total disposição para colaborar com as autoridades.
O Serra Noticiário continua acompanhando o caso de perto e trará novas informações assim que possível.