A Justiça Eleitoral da Serra determinou a remoção de um vídeo do candidato à Prefeitura da Serra, Pablo Muribeca (Republicanos), em que ele prometia, se eleito, fazer revelações sobre uma suposta “caixa-preta” dos quase 30 anos de gestão Audifax e Vidigal na Serra. O vídeo, publicado na última terça-feira (03), já foi removido das redes sociais do candidato.
Justiça eleitoral determina a remoção do vídeo sobre a “caixa-preta” de Audifax e Vidigal
A remoção do conteúdo foi solicitada por meio de duas ações das coligações adversárias. A coligação “Serra em boas mãos” do candidato Audifax Barcelos (PP), e a coligação “Amor pela Serra”, do candidato Weverson Meireles (PDT), que conta com o apoio do atual prefeito Sergio Vidigal (PDT), alvo das declarações do vídeo de Pablo Muribeca.
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No conteúdo do vídeo, Pablo Muribeca alega que nessas quase três décadas de alternância entre as gestões Vidigal e Audifax, existem histórias e decisões que permanecem ocultas, e que permanecem fora do conhecimento do eleitor.
Assim, Pablo Muribeca nomeou esse conjunto de histórias e decisões ocultas de “caixa-preta”. Essas afirmações do candidato motivaram o pedido de derrubada do conteúdo por parte das coligações. Além disso, pautaram a decisão da justiça eleitoral, que reconheceu a existência de suposições e especulações negativas sobre os candidatos adversários.
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Dessa forma, a justiça entendeu que o vídeo tinha objetivo de levar o eleitor a questionar a índole e idoneidade desses candidatos. Contudo, sem apresentar provas concretas.
Juiz classificou o vídeo como suposição negativa sobre a idoneidade adversários
O Serra Noticiário teve acesso às duas decisões da Justiça Eleitoral da Serra, que determinam a remoção do vídeo publicado por Muribeca sobre a suposta “caixa-preta”. Em ambas as decisões, o juiz eleitoral Gustavo Grillo Ferreira pontuou que, embora exista a liberdade de expressão e opinião dos candidatos durante o processo eleitoral, é vedado o uso de recursos que possam desequilibrar a análise dos candidatos perante o eleitorado, especialmente se tais recursos fizerem, uso de artifícios e conteúdo destinado a criar, artificialmente, na opinião pública, estados mentais, emocionais ou passionais.
Nas decisões, foram destacados a encenação do vídeo, que mostrava Sérgio Vidigal e Audifax Barcelos com máscaras em uma sala escura, apertando as mãos. Além disso, o juiz eleitoral pontuou algumas das falas de Pablo Muribeca em seu vídeo, que corroboram com a decisão de acatar o pedido das coligações e derrubar o vídeo do ar.
“…a sobredita simulação é agravada, ainda, pela utilização de narrativa com o emprego de frases como “abrir a caixa que eles tentam manter fechada”, “decisões que nunca quiseram que você conhecesse”, “chegou a hora de virar a página, de abrir a caixa que eles tentam manter fechada”, “tentam esconder o passado”, “Vamos revelar tudo o que foi mantido no oculto por tanto tempo” e “A verdade precisa ser conhecida”, que, claramente, emprega meio artificial para conduzir a opinião pública e questionar, além do suposto conluio, a idoneidade dos candidatos.”
Juiz eleitoral, Gustavo Grillo Ferreira
Portanto, o juiz eleitoral determinou a remoção imediata do vídeo em todas as redes sociais do candidato Pablo Muribeca, em um prazo de 24 horas, sob multa diária de R$ 1000,00 (mil reais) em caso de descumprimento. Conforme verificado pela reportagem, na última sexta-feira (06), o candidato já obedeceu a determinação dentro do prazo e os vídeos foram removidos.
O Serra Noticiário continua acompanhando o caso de perto e trará novas afirmações assim que possível.