A Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Carapina (IEADC) está no centro de um verdadeiro furacão de tensões e disputas internas, envolvendo não apenas seus membros, mas também a comunidade e a Convenção das Assembleias de Deus no Estado do Espírito Santo e Outros (CADEESO). O repórter Wal Junior, do Serra Noticiário, acompanhou uma dessas disputas de perto.
Reporter SN no local
Conforme apurado pelo repórter, o cenário é de disputa pela liderança da IEADC, com a presença de advogados, Polícia Militar e seguranças privados para proteger o atual pastor-presidente, Altamir Firmino de Mattos, de eventuais ameaças.
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Na última terça-feira (29), o repórter Wal Junior e outras testemunhas acompanharam a tentativa frustrada do pastor Altamir de participar de uma reunião, sendo impedido pelo vice-presidente Elielton Radis de Oliveira, que afirma ser o novo presidente da IEADC.
De acordo com a apuração, a situação, que rapidamente escalou para uma cena de grande tensão, chegou a exigir intervenção policial para acalmar os ânimos. Em conversa com os militares, Elielton e um colaborador identificado como Daniel afirmaram à equipe da PM que as portas estavam abertas a todos, mas essa informação foi contestada pelos demais presentes.
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Diante da sequência de acontecimentos e preocupado com a segurança da documentação da igreja, Altamir decidiu reforçar as medidas de proteção do templo e suspender temporariamente as atividades presenciais. Segundo o pastor, essa medida visa garantir não apenas a segurança do patrimônio, mas também a integridade dele e de sua família, que vem sofrendo ameaças e pressões constantes.
Motivo da disputa
Conforme apurado pela reportagem, o caso teve início após uma eleição interna considerada controversa, que elegeu Elielton para a presidência. No entanto, segundo Igor Emanuel, advogado do pastor Altamir, a eleição não possui validade legal.
De acordo com o advogado, o Cartório de Registro de Títulos e Documentos negou o registro da eleição por descumprir as regras do estatuto. Mesmo assim, Elielton teria tentado assumir a função, realizando transações financeiras fora das contas oficiais da igreja e tomando decisões administrativas que, segundo líderes da igreja, colocam em risco a saúde financeira da IEADC, responsável por coordenar mais de 30 congregações, a maioria delas com templo próprio.
O pastor Altamir, de 72 anos, afirmou que se viu obrigado a contratar segurança privada, que agora o acompanha para garantir sua integridade física e a segurança das atividades da igreja.
“O vigilante está aqui para minha segurança e da igreja, e não vai permitir que ninguém seja intimado pelo Elielton e seu grupo. Queremos paz para seguir com nossa missão pastoral,” disse Altamir em comunicado interno, ressaltando que ele não pretende se perpetuar na presidência, mas que tomou essa atitude para garantir que a IEADC continue funcionando e respeitando as normas estatutárias.
De acordo com pastor Altemir, só nos últimos 15 dias mais de 7 ações judiciais de execução foram protocolizadas contra a IEADC, devido ao não pagamento de impostos. Elielton foi acusado de omitir essas cobranças ao presidente, com o suposto objetivo de responsabilizar Altermir pela revelia dos processos que superam as cifras de 400 mil. Inclusive, já existe ordem penhora de bens da igreja.
CADEESO foi invocada para resolver a disputa
Segundo o advogado, a CADEESO, responsável por organizar e manter a paz nas igrejas afiliadas, foi convidada a intervir na gestão da igreja, mas até o momento não se manifestou de forma institucional.
A pedido do pastor-presidente Altamir, uma comissão pode ser enviada para auxiliar na organização administrativa e garantir que as atividades da igreja prossigam sem interrupções ou coações. “É uma medida para proteger a IEADC e seus membros. Queremos restabelecer a paz e o cumprimento das obrigações pastorais e administrativas da igreja,” declarou o advogado Igor Emanuel da Silva Gomes.
Para um fiel ouvido pela reportagem, o desejo é que a igreja volte ao foco espiritual. “A gente vem aqui para orar, buscar a palavra. Essa disputa só gera tristeza,” comentou um membro da congregação que preferiu não se identificar.
Controle de vice-presidente é questionada
Alguns membros da igreja, sem cargo de direção, foram ouvidos pela reportagem e relataram que o evangelista Elielton teria se declarado presidente da igreja sem o aval legal necessário do estatuto. Segundo eles, Elielton teria feito isso utilizando sua persuasão, por ser sargento da Marinha, junto a parte do grupo de obreiros que o apoia.
Mesmo sem conseguir validar sua eleição junto ao cartório competente, ele continuou a agir como presidente, utilizando o que membros da igreja descreveram como “força e influência indevidas”.
Agora, resta saber como essa questão será resolvida. A comunidade local e os membros da IEADC aguardam o desenrolar dos fatos, na expectativa de que a paz volte a reinar em uma das maiores congregações de Serra. O espaço encontra-se aberto para manifestações do vice-presidente Elielton e da CADEESO.
O Serra Noticiário continua acompanhando o caso de perto e trará novas informações assim que possível.