Uma semana após banhistas serem agredidos durante abordagem na praia de Jacaraípe. Neste domingo (09), tivemos acesso à versão apresentada pelos agentes envolvidos na ocorrência. No documento, eles narram o caso de forma distorcida em vários pontos em relação as imagens dos vídeos. Diferença mais chocante descreve que os suspeitos tentaram fugir de forma agressiva a abordagem.
A versão registrada no Boletim de Ocorrência pelos agentes envolvidos no incidente contrasta fortemente com as imagens capturadas em vídeo e os relatos de testemunhas. Segundo o relatório, os agentes foram abordados por duas cidadãs que relataram estar sofrendo ameaças verbais de dois indivíduos. Os suspeitos teriam resistido à abordagem, desacatado a equipe e tentado fugir de forma agressiva. A versão dos agentes também alega que um terceiro indivíduo interferiu na abordagem, filmando a ação e causando tumulto.
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Abordagem inventada
A reportagem consultou agentes de segurança das demais áreas, um deles nos revelou que desconfia até do início da ocorrência ter sido inventada.
Suspeita de racismo
A OAB Serra foi informada sobre o caso, advogados que analisaram as imagens, suspeitam que a abordagem e as agressões podem ter motivação racista e social.
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Repercussão Política
A divulgação do caso pelo Serra Noticiário gerou indignação entre as lideranças políticas locais. O deputado Pablo Muribeca e o vereador Anderson Muniz expressaram seu repúdio pelas cenas e prometeram tomar medidas.
Nossa equipe entrou em contato com a comandante da Guarda da Serra, Lais Araújo, questionando se é comum, sob seu comando, que os agentes criem relatórios que distorcem a realidade dos fatos. Mas como de praxe, nenhum retorno.
Corregedoria Café com Leite
Nos últimos 6 meses o Serra Noticiário vem recebem inúmeras denúncias relacionados a comportamento abusivo e torturador de um grupo de agentes dentro da Guarda da Serra. Inclusive diversas vítimas e advogados denunciam a extrema leniência por parte corregedora da Guarda da Serra, qual ocupa o cargo por indicação da comandante Lais Araújo. Então passaram enviar as denúncias diretamente ao Ministério Público da Serra.
Os críticos vão além, denunciam que a corregedora apenas persegue os desafetos do atual comando da instituição.
Versão registrada no Boletim de Ocorrência:
“Durante um patrulhamento preventivo, a equipe GM 42 foi abordada por duas cidadãs que preferiram não se identificar. Elas relataram estar sofrendo ameaças verbais de dois indivíduos que gesticulavam como se estivessem portando armas de fogo. Os suspeitos foram descritos como vestindo camisa vermelha e bermuda verde, e o outro usando boné branco e bermuda clara, na orla da praia de Jacaraípe.
A guarnição prontamente se dirigiu ao local e localizou os indivíduos, que foram abordados e identificados. Durante a abordagem, os suspeitos começaram a desacatar a equipe, proferindo palavras de baixo calão e questionando a autoridade dos agentes. Foi dada a voz de prisão e os suspeitos tentaram evadir-se do local de forma agressiva, tentando agredir os agentes.
Foi necessário o uso de spray de pimenta, que não surtiu o efeito esperado, tornando os suspeitos ainda mais agressivos. Ao tentar algemá-los, os suspeitos resistiram, se jogando ao solo e se auto lesionando. Nesse momento, tentaram pegar a arma dos agentes, o que exigiu o uso progressivo da força.
Um terceiro indivíduo interferiu na abordagem, filmando a ação e causando tumulto, o que dificultou a ação da guarnição. Foi solicitado que ele se afastasse, mas ele resistiu, colocando em risco a integridade física dos agentes.
Durante a abordagem, um dos suspeitos ameaçou um dos agentes de morte. Foi necessário o uso progressivo da força e a utilização de algemas. Os indivíduos foram entregues na 3ª regional com escoriações que eles mesmos causaram. A guarnição contou com o apoio das equipes GM 47 e GM 43.”
O que diz a Prefeitura da Serra
A equipe do Serra Noticiário buscou contato com a Prefeitura da Serra e com a Comandante da Guarda Civil Municipal da Serra, buscando suas opiniões e informações sobre se a conduta dos agentes é considerada normal, e quais medidas serão tomadas para prevenir que incidentes semelhantes ocorram no futuro. Entretanto, até o momento da publicação desta reportagem, não recebemos qualquer resposta.