Recentemente, o Serra Noticiário vem trazendo casos e denúncias de gestantes e famílias que acusam o Hospital Materno Infantil de negligência, que teriam causado a morte de recém-nascidos e gestantes na Serra. A reportagem abraçou o compromisso de trazer à luz todos esses casos e hoje relata mais uma gestante que se diz vítima desse hospital, que segundo ela, é um “açougue”.
Gestante acusa Materno Infantil de Negligência
A gestante Amanda Felipe Ferreira, de 22 anos, moradora do bairro Nova Almeida, contou para a reportagem que no dia 6 de maio deu entrada no Hospital Materno Infantil, sentindo muitas dores, por volta de 7h da manhã. Ao chegar no local, Amanda foi submetida a medicamentos e praticamente abandonada em uma sala de parto durante horas sentindo fortes dores.
- Se inscreva no canal do Serra Noticiário no Youtube e fique conectado nos vídeos! Clique aqui!
Amanda conta que os médicos alegaram ainda não ser o momento dela dar à luz e estavam querendo lhe dar alta e mandá-la de volta para casa. No entanto, sua sogra, que estava a acompanhando não deixou que ela saísse do hospital e insistiu na sua permanência.
Por volta de 15h, a gestante foi internada em trabalho de parto com 3 cm de dilatação. Amanda permaneceu no quarto amargando dores fortíssimas até anoitecer. Os médicos contataram que a gestante não tinha dilatação o suficiente para um parto normal e a encaminharam para a cesárea por volta de 20h da noite. Ou seja, 13 h após sua chegada no hospital.
- Entre no nosso canal Serra Noticiário no WhatsApp e fique ligado nas tretas que acontecem na Serra! Aproveite! Clique aqui!
Médicos sabiam da infecção, mas não fizeram nada
Amanda conta que durante a cirurgia do parto escutou os médicos dizendo que ela estava com uma infecção na bolsa onde estava a nenê. Porém, esses mesmos médicos não realizaram nenhum procedimento para conter ou combater essa infecção. Apenas fecharam o local da cirurgia e encaminharam a gestante de volta para o parto.
Amanda conta que desde o pós-cirurgia já sentia dores, barriga inchada e vermelhidão nos pontos da cirurgia. Contudo, o médico alegava ser apenas excesso de gases e que a gestante deveria fazer caminhadas pelos corredores do hospital para aliviar esses sintomas.
Mesmo com dores, Amanda recebeu alta
Mesmo se queixando de dores, Amanda recebeu alta do Hospital Materno Infantil, da Serra e foi passar o resguardo na cidade de Aracruz junto de sua mãe. No entanto, as dores não cessaram e a mulher se dirigiu até um hospital local, que realizou uma tomografia na paciente e constataram a presença de um coágulo na região do útero.
Por ser um hospital de outra cidade, no dia 16 de maio, Amanda foi enviada de volta para o Materno Infantil da Serra, e logo depois conduzida para o Hospital Jayme dos Santos Neves, na Serra. Ao chegar no Jayme, a mulher foi se dar conta da gravidade do seu estado de saúde.
Infecção pós-parto deixa mulher entre a vida e a morte
Por conta desse coágulo e da infecção que se alastrava em seu organismo, Amanda passou por 4 cirurgias que a deixaram internada durante 20 dias, em estado grave ficando entre a vida e a morte. Para impedir que a infecção se generalizasse, os médicos tiveram que remover o útero e um pedaço do intestino da paciente.
Felizmente, os médicos do hospital Jayme dos Santos Neves conseguiram conter a infecção e salvar a vida de Amanda, que agora vive esse prejuízo irreparável de perder um útero e nunca mais poder gerar uma criança em sua vida. Amanda conta que só pôde sobreviver por conta do apoio de sua família que a encaminhou para um hospital imediatamente, antes que a infecção pudesse se espalhar e causar a morte da mulher.
Gestantes diferentes, mesmos problemas
O que chama mais a atenção é que os relatos de Amanda são extremamente semelhantes aos de Keila e Joelma, dois casos que o Serra Noticiário divulgou. No caso de Keila, a gestante não resistiu às infecções pós-parto e veio a óbito. Enquanto Joelma passou pelos mesmos problemas, esteve internada e também perdeu o seu útero.
Ou seja, esses casos já deixaram de ser coincidências e se tornam um forte indício de que o Hospital Materno Infantil, de fato, pode estar sendo negligente no tratamento e no parto de milhares de gestantes na Serra. O que cobra urgência das autoridades de saúde em investigarem essas denúncias antes que mais mães e gestantes sejam vítimas de casos como esses.
Reportagem procurou a Prefeitura da Serra
A reportagem do Serra Noticiário entrou em contato com a assessoria da Prefeitura da Serra para relatar o caso de Amanda e pedir explicações das autoridades de saúde para esse crescente número de denúncias contra o Hospital Materno infantil. Mas, até o momento desta publicação não obteve respostas.
O Serra Noticiário continua acompanhando o caso de perto e trará novas informações assim que possível.