Segundo amigos, o jovem era muito alegre e ativo, mas de repente passou para estado profundo de depressão
Desde a noite da última quarta-feira (21), logo após o adolescente ter sido encontrado sem vida, passou a circular diversas informações sobre a tragédia ocorrida no bairro Barcelona, na cidade de Serra.
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Segundo amigos, o adolescente, de 16 anos, era uma pessoa muito alegre, dedicado nos estudos, praticava esportes como jiu-jitsu e muito querido entre familiares, amigos e vizinhos.
Conforme um áudio divulgado por uma vizinha do adolescente, o jovem atentou contra a própria vida, após mergulhar em uma profunda depressão.
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Precisa de ajuda?
Se você ou alguém que conhece está lidando com pensamentos suicidas ou auto mutilação, é possível encontrar ajuda. Fale com alguém hoje, no Centro de Valorização da Vida Gratuito durante 24 horas ou pelo número 188.
Suicídio: Tabu para jornais e jornalistas no Brasil
Recentemente a Organização Mundial da Saúde (OMS) fez um alerta ao brasil, pois o suicídio é a 3ª causa de mortes entre jovens com faixa etária de 15 até 29 anos.
No Brasil, cerca de 12 mil pessoas tiram a própria vida por ano, quase 6% da população. No mundo, são cerca de 800 mil suicídios anuais. O Brasil só perde para os EUA.
Segundo dados da OMS, o mundo está conseguindo diminuir as taxas de suicídio na média de 36% entre os anos 2000 até 2019, porém o Brasil tem enfrentando dificuldades para evitar o crescimento ano após ano.
Apesar da recusa da grande parte da mídia brasileira em divulgar casos de suicídios, pois possuem receio de influenciar de forma negativa o comportamento
Porém, desde de 2000, a OMS recomenda que o assunto seja noticiado, com a devida responsabilidade. Conforme orienta o documento (Prevenção do Suicídio: Um Manual para Profissionais da Mídia), disponibilizado pelo órgão da ONU aos jornalistas.
Especialistas apontam que números de suicídios no brasil é preocupante
Diante do crescimento ano após ano, o assunto passou a ser encarado como um grave problema de saúde pública pelas autoridades brasileiras. No congresso foi criado em 2021, um grupo de trabalho da Câmara dos Deputados destinado ao estudo sobre o aumento de suicídio, automutilação e problemas psicológicos entre os jovens brasileiros.
Durante a primeira audiência realizada pelo grupo de trabalho da Câmara dos Deputados, foram ouvidos dois especialistas no assunto.
O psiquiatra Humberto Müller, de Rondônia, apresentou dados sobre o suicídio no Brasil e no mundo. Ele disse que acontecem 16 milhões de tentativas por ano no mundo. “No Brasil, acontece uma morte por suicídio a cada 45 minutos, mas para cada morte temos outras 20 tentativas. Os números são altos e preocupantes”, explicou.
Müller também chamou a atenção para o aumento nos casos de depressão e Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) entre crianças e adolescentes. Segundo ele, “4% dos adolescentes brasileiros apresentam sinais depressivos e 1 a cada 4 crianças já apresentou indícios da doença”.
Ele disse que os números de Centros de Atenção Psicossocial são insuficientes para o atendimento de todos. “Em Rondônia, temos apenas um CAPS I (centro especializado no atendimento infanto-juvenil). Os números são muito pequenos pela magnitude dos problemas”, afirmou.
A psicóloga Fabiola Ruzzante Fernandes ressaltou a necessidade de criar um plano de pósvenção, que é o conjunto de ações para promoção do cuidado prestado aos sobreviventes enlutados por um suicídio, para evitar que novas tentativas aconteçam no mesmo núcleo familiar ou escolar.
“É muito importante ter um plano consolidado de pósvenção, uma política pública nacional. Quando uma família vivencia uma perda por suicídio ela fica totalmente desorganizada, buscando constantemente pelo motivo, se culpando. É uma situação extremamente dolorosa que precisa de cuidados, pois há riscos de termos dentro desse mesmo grupo outras tentativas”, destacou.