A Operação Sicário segue em andamento e o monitoramento realizado pela Polícia Civil continuará em curso, 19 foragidos são alvos da operação
A Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) e a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (Sesp), por meio da Subsecretaria de Inteligência, divulgaram detalhes sobre a Operação Sicário
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A Operação é resultado de meses de investigações realizadas pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) e pela Subsecretaria de Inteligência da Sesp, que, pela primeira vez, utilizaram recursos do Centro de Inteligência e Análise Telemática da Polícia Civil (CIAT), aplicando tecnologia para a produção de provas e aprofundamento de informações no combate ao crime.
A ação resultou na prisão de 24 indivíduos e indiciamento de outros 19, que se encontram foragidos. Todos são integrantes da principal organização criminosa em atuação no Espírito Santo, autodenominada Primeiro Comando de Vitória (PCV). As informações foram divulgadas na última sexta-feira (19), em entrevista coletiva na Chefatura da Polícia Civil, em Vitória.
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O secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, coronel Alexandre Ramalho, ressaltou a importância da Operação Sicário e parabenizou as forças de segurança pelo trabalho empenhado.
“Este ano, pudemos colocar cerca de 920 homicidas nos presídios e retiramos mais de três mil armamentos de circulação. A Operação Sicário é resultado de um trabalho bem feito e continuaremos a fazer este trabalho com cada vez mais qualidade, pois agora temos os recursos técnicos para capturar mais criminosos”, disse o secretário.
As investigações foram capazes de identificar diversos pontos necessários para que a Operação Sicário fosse realizada da forma mais efetiva possível. O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, explicou o processo.
“A Operação Sicário é um produto do CIAT. Por ela, foi possível coletar conhecimento, fazer o levantamento do produto interno bruto criminoso, prender os líderes e demais identificados e, agora, haverá um trabalho forte e assertivo para a quebra da parte fiscal, patrimonial e financeira da organização criminosa”, complementou o delegado.
A Operação
Em latim, “sicarius” se refere ao homem sanguinário, sedento de sangue e cruel. Dessa forma, “Sicário” faz referência aos tipos de crimes cometidos pelos procurados. A Operação Sicário tem como objetivo o combate ao crime organizado no Estado do Espírito Santo.
As investigações foram realizadas por meio do Centro de Inteligência e Análise Telemática da Polícia Civil (CIAT), contando com a participação estratégica da Subsecretaria do Estado de Inteligência da Sesp, por intermédio da Gerência de Inteligência, e com o trabalho operacional integrado entre as forças de segurança, Secretaria da Justiça (Sejus), Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) e Poder Judiciário.
Segundo as investigações da Polícia Civil, o Primeiro Comando de Vitória, que emergiu em 2010, tem sede na região do Território do Bem, constituído pela região do Bairro da Penha e bairros adjacentes.
As análises realizadas pelo CIAT mostraram a progressão da articulação do PCV ao longo dos anos, identificando que a organização também tem ramificações em outros municípios do Espírito Santo.
O perfil dos investigados também chama atenção. A maioria dos envolvidos têm entre 12 e 28 anos, são violentos, têm histórico de desestruturação familiar, são afastados do ambiente escolar e contam com acesso a elevado poder bélico.
A organização criminosa também tem um estatuto contendo as regras que devem ser seguidas pelos membros do PCV. Quando começou a ser confeccionado, no ano de 2010, eram cerca de dez artigos. Atualmente, o estatuto do Primeiro Comando de Vitória conta com 33 artigos.
Resultados
A Operação Sicário identificou toda a cúpula de comando da organização criminosa e, dos investigados, 24 foram presos e outros 19 foram indiciados e seguem foragidos. Durante a Operação, também houve redução no número de homicídios e nos ataques que geralmente ocorrem nas áreas que são controladas ou têm ramificação do grupo.
O titular do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Romualdo Gianordolli, explicou que, por conta das informações levantadas durante as investigações, mais ações de combate à organização podem ser feitas. “O conhecimento que temos sobre o PCV nos permite realizar mais ações de combate para coibir a atuação da facção. Com as operações, eles recuam”, disse o delegado.
A Operação Sicário segue em andamento e o monitoramento realizado pela Polícia Civil continuará em curso.