A superlotação e falta de atendimento em UPAs da Serra se tornaram motivo de queixas e reclamações constantes entre pacientes e moradores. Além do número baixo de profissionais para a tender a demanda da população, essas Unidades de Pronto Atendimento também geram críticas pela falta de estrutura e qualidade em determinados casos.
Recentemente, o Serra Noticiário trouxe o caso de um pai que viu seu filho desmaiar duas vezes na fila de espera sem atendimento e acabou cometendo um ato de revolta ao chutar a porta da sala na UPA de Castelândia. Na ocasião, os funcionários acionaram a Polícia Militar, e o pai só não acabou preso por conta do apoio de lideranças comunitárias que intercederam no caso.
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Problemas voltam a se repetir na UPA de Castelândia
Dessa vez, a mesma UPA de Castelândia volta a ser o palco de mais cenas de descaso da saúde pública na Serra. Na última segunda-feira (28), a reportagem teve acesso ao contato de um morador do bairro Taquara I, que fez um apelo nas redes sociais pedindo ajuda após esperar atendimento por mais de sete horas.
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O rapaz conversou com a reportagem e contou que acompanhou sua namorada até a UPA. A jovem lesionou o pé enquanto estava limpando a casa, e precisou se dirigir até a UPA de Castelândia para fazer um raio-x. Segundo o rapaz, os dois chegaram na Unidade de Pronto Atendimento por volta de 16h30. Por não conseguir ficar em pé, a moça teve que ficar em uma cadeira de rodas enquanto esperava o atendimento.
Após longas horas de espera, a moça só foi receber atendimento por volta de 23h. Ou seja, quase 7h de espera por um atendimento médico. Além disso, o rapaz ainda contou que enquanto estiveram na fila de espera, presenciaram diversas cenas de revolta por parte dos pacientes na UPA, assim como o caso do pai que chutou a porta há 10 dias no local.
Confira o trecho do relato desse mesmo morador na UPA de Castelândia:
“Teve uma mulher que estava cuspindo sangue vomitando direto e deram pulseira verde pra ela, ela estava lá desde as 15H e só foi atendida lá pelas 21h por ai pq ela fez barraco lá para atendê-la. Ela não aguentando de dor com raiva chutou a lixeira aí chamaram a polícia, o policial que estava lá fez o namorado dela pegar e arrumar o lixo que ela chutou, aí que ela foi atendida rapidinho. As vezes só assim que as pessoas são atendidas rápido”
Prefeitura estaria barrando ajuda nas UPAs da Serra
Em conversa com a reportagem, o rapaz ainda contou que escutou na UPA de Castelândia, que os funcionários estariam boicotando ajuda de lideranças políticas de oposição. Principalmente, o deputado estadual Pablo Muribeca (Republicanos). A princípio, a ordem seria para não deixar gravar ou tentar ajudar os pacientes que reclamam na demora do atendimento.
Podendo ou não ajudar, os pacientes permanecem perdendo horas esperando atendimento na UPA de Castelândia. Inclusive, o rapaz contou que por conta da demora ele acabou perdendo aula e sua namorada não conseguiu cuidar da filha de 5 anos.
Reportagem procurou a Prefeitura da Serra
A reportagem entrou em contato com a assessoria da Prefeitura da Serra. A princípio, questionamos se a Secretaria de Saúde estava a par desses problemas. Em seguida, pedimos soluções para o caso. Mas, até o momento desta publicação, não obtivemos respostas.
O Serra Noticiário continua à disposição, conforme fez em mais de 10 anos de existência, sempre deixando espaço aberto para população denunciar os descasos rede municipal de saúde da Serra.
