Suspeita de negligência: morre bebê que se engasgou durante uma refeição em creche na Serra

Na madrugada desta quarta-feira (17), Noah, um bebê de apenas dois anos e dez meses, faleceu no hospital após se engasgar durante a refeição em uma creche municipal da Serra. Noah Pereira Portelo estava internado em um hospital estadual desde o incidente ocorrido na última sexta-feira (12), em Central Carapina.

Noah, segundo a família, era autista e estudava na creche municipal de Central Carapina. Aparentemente, ele engasgou-se com um ovo que comia durante a refeição no Centro Municipal de Educação Infantil (CMEI) de Central Carapina.

Conforme relatos de familiares, Noah ficou mais de meia hora sem respirar. O pai da criança, ao buscar o filho na creche, levou-o para a unidade de saúde local, onde uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) conseguiu reestabelecer os batimentos cardíacos do menino.

Essa sequência de eventos tem levantado questionamentos quanto à prontidão da resposta da creche ao incidente. Os responsáveis pela creche afirmaram ter acionado o SAMU e a família, porém o pai chegou ao CMEI antes da ambulância.

Posteriormente, Noah foi transferido para o Hospital Infantil de Vitória (HPM), onde ficou sob respiração assistida por aparelhos. A equipe médica realizou três exames para avaliar a resposta do menino aos estímulos, contudo, não obteve sucesso.

Um novo exame cerebral seria realizado na terça-feira (16), mas devido à piora do estado de saúde de Noah, só poderia ser feito se ele reagisse, o que não ocorreu. Seu óbito foi confirmado às 1h15 desta quarta-feira (17).

Até o momento, não há informações sobre o velório e o sepultamento da criança.

Secretaria de Educação da Serra foi procurada e questionada pela reportagem

A reportagem do Serra Noticiário também entrou em contato com a Prefeitura da Serra, solicitando informações sobre as medidas que planeja adotar em resposta a este incidente.

As perguntas enviadas à Prefeitura sobre o caso Noah foram:

1. Será realizada uma investigação para determinar se houve negligência neste caso? Se sim, quando podemos esperar que os resultados sejam divulgados?
2. No momento do incidente, havia profissionais presentes na creche que são treinados para realizar a manobra de Heimlich, uma técnica vital de primeiros socorros para casos de engasgo?
3. A creche em questão possui profissionais capacitados para atender crianças com necessidades especiais, como é o caso de crianças autistas? Se sim, quantos são e qual é a formação desses profissionais?

Nota da Secretaria de Educação da Serra (SEDU)

“A Secretaria de Educação da Serra (SEDU) informa que a criança recebeu os primeiros-socorros ainda na escola, por parte da equipe escolar. Tanto o SAMU quanto a família foram acionados e o estudante foi levado, inicialmente, para a Unidade Básica de Saúde do bairro.

Após o atendimento inicial, a criança foi encaminhada para um hospital da rede estadual. Importante ressaltar que a equipe da SEDU esteve presente durante todo o processo de socorro e continua acompanhando o caso no hospital, prestando toda assistência necessária à família.

Vale enfatizar que, anualmente, são realizados cursos de primeiros-socorros para os profissionais da Educação, em parceria com os Bombeiros Militares. Assim, as duas profissionais que atuaram no socorro imediato à criança estavam devidamente capacitadas.”