Na manhã desta quinta-feira (08), o meio político da Serra amanheceu agitado com uma operação da Polícia Federal denominada Freeloader, que teve como um dos alvos o atual vice-prefeito da Serra, Thiago Carreiro (UB). A PF investiga crimes eleitorais e de lavagem de dinheiro referentes à eleição de 2022, quando o vice-prefeito foi candidato a deputado federal.
Durante a eleição de 2022, o vice-prefeito Thiago Carreiro e o prefeito Sérgio Vidigal (PDT) estavam em rachados, mas aparentemente estavam se aproximando novamente, já que até pouco tempo atrás Thiago criticava a gestão Vidigal e agora mais recentemente passou a elogiar as realizações da gestão.
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Operação Freeloader
De acordo com a Polícia Federal, a operação FREELOADER, cumpriu de nove mandados de busca e apreensão, expedidos pela 26ª Zona Eleitoral de Serra, para combate a crimes eleitorais e de lavagem de dinheiro.
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em endereços dos investigados nos municípios de Vitória, Serra e Cariacica, todos no Espírito Santo. Durante a operação, foram apreendidos telefones celulares, documentos e a quantia de R$ 6.700 em dinheiro.
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Segundo a PF, no curso das investigações foram colhidos fortes elementos de que Thiago Carreiro candidato ao cargo de deputado federal, durante o período eleitoral de 2022, teria praticado, em conluio com diversas pessoas físicas e jurídicas, fraudes com o propósito de se apropriar de recursos da campanha.
A PF ao analisar da prestação de contas da Thiago referentes sua campanha para deputado federal, na época ocupante de cargo eletivo (vice-prefeito), evidenciou que ocorreu a contratação de 2 empresas para realização de atividades de marketing eleitoral. Entretanto, a investigação constatou que apenas uma das empresas teria executado os serviços.
“Ficou demonstrado, ainda, que a outra empresa teria recebido o valor de R$ 225.000,00, sem a execução de qualquer serviço, além de ter realizado diversas transferências bancárias para pessoas físicas e jurídicas ligadas à campanha, numa demonstração de que estava sendo utilizada para pulverizar recursos eleitorais não declarados.“
Polícia Federal
Ainda de acordo com a PF, o candidato, também, teria contratado serviços em valores superfaturados que ultrapassavam, em mais de 1.200%, os valores de mercado. Dentre tais serviços, pode-se citar a contratação de 2 (dois) assessores do gabinete do próprio candidato (que estavam licenciados durante o período eleitoral) para que atuassem como coordenadores da campanha, pelo valor de R$ 60.000,00 cada. De igual forma, também teriam sido contratados outros 2 (dois) coordenadores de campanha, pelo valor de R$ 35.000,00 e R$ 36.000,00 respectivamente.
Vídeo Instagram SN:
Serra Noticiário denuncia em primeira mão
Durante a eleição de 2022, uma reportagem especial do Serra Noticiário analisou as contas dos principais candidatos a deputado federal com bases eleitorais na Serra. Entre os analisados, foi constatado que a campanha de Thiago Carreiro foi mais cara do que a de Sueli Vidigal (PDT), esposa do atual prefeito.
Além disso, as reportagens especiais apuraram, em primeira mão, que alguns valores declarados na campanha do vice-prefeito estavam acima dos valores praticados por outros candidatos. “Oportunidade” Candidato Thiago Carreiro contrata funcionários em sua campanha com salários de R$ 60 mil reais.
O vice-prefeito da Serra se defende
Por meio de uma nota enviada à coluna de Letícia Gonçalves, da A Gazeta, o vice-prefeito Thiago Carreiro expressou que não ficou surpreso com a “visita” da Polícia Federal. Segundo ele, a denúncia é resultado de perseguição devido à sua oposição ao que ele classifica como “projetos pessoais de poder na Serra.”
“Sem nenhuma surpresa, recebi hoje uma visita da Polícia Federal para apurar uma denúncia feita durante as eleições de 2022. A perseguição política que venho sofrendo desde quando me posicionei contra projetos pessoais de poder na Serra aumenta em mais um nível e a uma semana das eleições. A velha política está desesperada e a forma deles atacarem e tentarem me calar é essa, mas não vão conseguir. Vou seguir ainda mais motivado a minha jornada me defender dessa calúnia de frente com o apoio da minha família e com amor a Serra.“
Thiago Carreiro
Vice-prefeito da Serra
Quais os crimes vice-prefeito é suspeito?
Segundo a PF, pelas fraudes identificadas, que, em tese, configuram o delito de crime eleitoral e de lavagem de dinheiro, os envolvidos poderão responder pelos seguintes crimes.
Caixa dois e falso eleitoral
- Art. 350. Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da que devia ser escrita, para fins eleitorais:
- Pena: reclusão até cinco anos e pagamento de 5 a 15 dias-multa, se o documento é público, e reclusão até três anos e pagamento de 3 a 10 dias-multa se o documento é particular.
- Art. 353. Fazer uso de qualquer dos documentos falsificados ou alterados, a que se referem os artigos 348 a 352:
- Pena: a cominada à falsificação ou à alteração.
Apropriação de recursos eleitorais
- Art. 354-A. Apropriar-se o candidato, o administrador financeiro da campanha, ou quem de fato exerça essa função, de bens, recursos ou valores destinados ao financiamento eleitoral, em proveito próprio ou alheio:
- Pena: reclusão, de dois a seis anos, e multa.
Lavagem de dinheiro
- Art. 1º Ocultar ou dissimular a natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de infração penal:
- Pena: reclusão, de três a dez anos, e multa.
A reportagem do Serra Noticiário segue acompanhando o caso e trará novas informações a qualquer momento.
Vídeo: Vice-prefeito da Serra, alvo da PF, alega ser vítima de perseguição pela “velha política”