Nesta manhã de quinta-feira (08), a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES), por meio da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM), anunciou durante coletiva à imprensa, a identidade dos autores de crimes bárbaros que ocorreram 10 anos atrás, e chocou moradores da região de Nova Carapina e do bairro Parque Res. Mestre Álvaro, na cidade de Serra.
Neste ano de 2022 – DHPM elucidou 11 homicídio antigos com autoria
Conforme já noticiado, a agente de Polícia Civil aposentada e escritora capixaba Lacy Fernandes Ribeiro, 64 anos, foi assassinada no dia 03 de janeiro de 2013, a facadas dentro de sua residência na rua Aimorés, no bairro Nova Carapina I, na Serra.
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Menos de 20 dias antes de Lacy ser assassinada, uma moradora chamada Maria Ramos, de 45 anos, também foi morta a facadas no dia 10 de dezembro de 2012, dentro de sua residência, na rua Itabuna, bairro Mestre Álvaro, na Serra.
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Prisões dos acusados
Durante coletiva, a delegada titular da DHPM, Raffaella Aguiar, revelou as identidades dos dois homens acusados do crime cruel. Sendo eles, Fabricio Ghermano B. Gomes, Vulgo “Bill”, 29 Anos, e Rafael De Carvalho Rodrigues, Vulgo Rafael Lagarto, 29 Anos. Ambos eram moradores da região, na época do crime, a delegada apontou que os autores tinham envolvimento por tráfico de drogas.
As prisões ocorreram no dia 14 de outubro, no bairro André Carloni, na Serra. Ambos possuíam mandados de prisão em aberto e são réus em ação penal.
Motivação do crime
De acordo com a delegada Raffaella Aguiar, ambos negam a autoria do crime, mas as investigações acreditam que, quando um dos acusados, Rafael De Carvalho Rodrigues, obteve o benefício de saidinha, teria combinado com Fabrício Ghermano B. Gomes para manterem o silêncio.
No homicídio de Maria Ramos, por morar em uma residência muito simples, não foi possível saber qual o motivo do homicídio. Já no caso da Lacy Fernandes Ribeiro, apenas uma arma, um revólver, foi levado da residência, mas não ficou esclarecido se a arma era o objetivo principal da invasão dos criminosos, ou foi levada numa tentativa de apagar as provas.
Na época do crime, algumas testemunhas teriam apresentado versões conflitantes. Diante das novas provas colhidas pelas investigações, essas testemunhas, após serem confrontadas, relataram novas versões, afirmando que a arma da policial civil aposentada foi vista em posse do vulgo “Rafael Lagarto”, no dia do crime.
Investigações descobrem ligação entre os homicídios de Lacy e Maria na região
No início da coletiva, a delegada disse que durante as investigações do caso da vítima Lacy, os policiais observaram a semelhança com outro crime ocorrido a menos de 20 dias na região, que teve como vítima Maria Ramos, de 45 anos, morta a facadas no dia 10 de dezembro de 2012. Durante a conclusão dos inquéritos, ficou concluído que um autor participou de ambos os homicídios.
Autoria e Dinâmica do crime
As investigações concluíram que os assassinos planejavam invadir a residência da Lacy e surpreendê-la, mas a vítima estava acordada e teria tentado se defender, como policial civil aposentada, utilizou sua arma de fogo e, inclusive, teria alvejado um dos invasores, sendo Fabrício vulgo “Bill”, mas na sequência acabou sendo golpeada e morta. Os assassinos limparam o cenário do crime, na tentativa de apagar as provas.
Na época, Fabricio buscou atendimento no hospital, no mesmo dia do crime, por causa do ferimento a bala. Porém, devido ao ferimento, o sangue do assassino ficou nos cenários do crime e, durante a análise de DNA, ficou constato que não era material genético da vítima, acusando ser do sexo masculino. Neste ano, foi possível confrontar e confirmar que o DNA masculino encontrado na residência da vítima era o de Fabrício.
Semelhança entre os crimes
Ainda de acordo com as investigações, o acusado Fabrício prestava serviços de carpina e jardinagem nas residências das vítimas, neste momento eram planejados os crimes.
Em ambos os crimes, foi utilizado objeto cortante (faca), os corpos das vítimas foram deixados das mesmas formas. Por fim, os laudos não detectaram nenhum vestígio de violência sexual contra as vítimas.
Defesa de acusado enviou nota
A defesa esclarece que o acusado Fabrício dispôs voluntariamente de seu material genético para as autoridades, visando colaborar com a elucidação dos fatos. Um exame de DNA não conduz a condenação, devendo ser analisado todo o contexto probatório, podendo ao final o Juiz decidir contra o laudo.
O processo está no começo, não há como afirmar que ele seja o culpado e a defesa trabalhará para provar a inocência do acusado. Adv. Bianca Campelo