Na última sexta-feira (13), a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) prendeu Robson Rodrigues, conhecido como Robinho ou Coroa, de 41 anos, apontado como chefe do tráfico de drogas e mandante de um duplo homicídio ocorrido em 16 de outubro de 2020, no bairro Porto Canoa, na Serra.
A prisão ocorreu durante uma operação da Divisão Especializada de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da Serra, com o apoio do Centro de Inteligência e Análise Telemática (CIAT) e da Coordenadoria de Recursos Especiais (CORE). Robson era o único foragido deste caso, que já resultou na prisão de cinco pessoas, incluindo um advogado.
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Vingança
De acordo com o delegado Rodrigo Sandi Mori, chefe da DHPP da Serra, Robson é um criminoso de alta periculosidade. “Robson Rodrigues, conhecido como Robinho ou Coroa, de 41 anos, também é responsável pelo tráfico de drogas no bairro Eldorado. Ele controla três pontos de venda de drogas na região: o Campinho, a Praça e o Ponto Final, além de parte do bairro Jardim Limoeiro, em uma área conhecida como Copo Sujo. Robson já foi condenado por tráfico de drogas e porte ilegal de arma de fogo de uso restrito. Além disso, foi indiciado pelo duplo homicídio ocorrido em 16 de outubro de 2020, no bairro Porto Canoa.”
O traficante ordenou a execução das vítimas, identificadas como Diego Alexandre da Mota da Silva e Layson da Silva, após eles terem matado dois de seus aliados. Esses assassinatos ocorreram em 7 de julho de 2021, no bairro Jardim Limoeiro, e em 16 de setembro de 2021, na rodovia ES-010.
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Segundo o delegado Rodrigo Sandi Mori, Layson e Diego foram atraídos para uma rua sem saída no bairro Porto Canoa com perfis falsos (femininos) no Facebook, criados pelos executores. Quando as vítimas chegaram ao local combinado, foram assassinadas por quatro homens que, posteriormente, foram presos.
Leia também matéria anterior sobre o caso: Preso homem envolvido no duplo homicídio em Porto Canoa, o crime foi armado através de encontro fake pelo Facebook
Robson se reuniu com os executores, Marllon Fabem da Silva, Júlio César Santos da Silva, Wesley da Conceição dos Santos e Tales Rony Ramos. Durante a reunião, ele ordenou a morte de Layson e Diego, temendo que eles pudessem representar uma ameaça ao seu controle do tráfico. O advogado envolvido no caso, identificado como Igor Vicentini, foi indiciado pelos crimes de coação no curso do processo e por associação criminosa. Ele foi preso, mas acabou ganhando liberdade, embora deva enfrentar um júri por esses crimes.
Investigações
Outro fato que chamou a atenção na investigação foi a participação de uma enfermeira, que foi chamada para cuidar de um dos executores, Marllon Fabem da Silva, que havia sido baleado durante o crime. Após ser ferido, Marllon foi levado a uma residência onde o advogado chegou com a enfermeira para prestar os primeiros socorros. No entanto, devido à gravidade do caso, ele precisou ser hospitalizado no dia seguinte. No hospital, Marllon confessou sua participação no crime e delatou os demais envolvidos.
Operação bem-sucedida
Ainda de acordo com o delegado, Robson foi capturado na última sexta-feira no bairro Planeta, no município de Cariacica, onde havia alugado uma casa de dois andares.
A operação, fruto de um trabalho de inteligência da DHPP, CIAT e CORE, cercou a residência e prendeu o traficante quando ele saía da garagem. Dentro da casa, as equipes encontraram um verdadeiro arsenal.
Armas apreendidas
- 1 fuzil Daniel Defense, calibre 5.56
- 1 fuzil Colt, calibre 7.62
- 1 escopeta Taurus 586, calibre 12
- 1 pistola Glock G21, calibre .45
- 1 pistola Glock G25, calibre .380
- 1 revólver Taurus Special, calibre .38
Carregadores
- 3 carregadores para calibre .45
- 3 carregadores para calibre .380
- 8 carregadores para calibre 9mm
- 12 carregadores para calibre .40
- 3 carregadores para calibre 5.56
Munições (2.304 no total)
- 1.217 munições de calibre .40
- 35 munições calibre 12
- 80 munições calibre .32
- 113 munições calibre 9mm
- 92 munições calibre .45
- 11 munições calibre .38
- 576 munições calibre 5.56
- 60 munições calibre 7.62
- 120 munições calibre .380
Durante a operação que resultou na prisão de Robson Rodrigues, além de um vasto arsenal de armas e munições, os policiais civis também apreenderam na residência um colete balístico, duas camisas com a inscrição “Polícia Civil” e uma camisa com a inscrição “Poder Judiciário”, um veículo Corolla, dois celulares, uma CNH falsa e R$ 1.142,00 em espécie. Esses itens fazem parte das ferramentas utilizadas por criminosos para facilitar suas atividades ilícitas.
Uso de uniformes da Polícia Civil para atacar rivais
O delegado Rodrigo Sandi Mori explicou que o uso de uniformes falsos da Polícia Civil, como os encontrados, tem se tornado uma prática comum entre facções criminosas.
Com esses trajes, eles se fazem passar por agentes da lei para ganhar a confiança de suas vítimas, muitas vezes fingindo que realizarão prisões. No entanto, o verdadeiro objetivo é intimidar, cometer execuções ou realizar outros crimes. Essa tática aumenta a complexidade e a gravidade das operações criminosas no estado, confundindo as vítimas e dificultando a atuação das autoridades.
Robson, no momento da prisão, não ofereceu resistência e indicou o local onde foi encontrado o arsenal. Durante o interrogatório, ele preferiu permanecer em silêncio e afirmou que só responderia em juízo.
Vídeo YouTube SN:
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