Nesta semana, o Serra Noticiário teve acesso ao caso de Joelma Soares dos Santos, de 24 anos, moradora de Nova Almeida, que denunciou uma suposta negligência do Hospital Materno Infantil durante o seu parto cesárea, no dia 4 de maio. A gestante teve complicações pós-parto que a colocaram entre a vida e a morte, deixando traumas e sequelas irreparáveis em sua vida.
Denúncias de negligência se repetem no Hospital Materno Infantil
A princípio, o caso já chamou a atenção porque cerca de 10 dias atrás o jornal já havia trazido o caso de Keila Barbosa Siqueira, que também deu à luz no Hospital Materno Infantil, em Colina de Laranjeiras, cidade de Serra, no dia 14 de maio, e acabou falecendo, também por complicações no pós-parto.
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Os casos se assemelham em um ponto, ambas as gestantes tiveram complicações no local de sutura da cesárea, causando infecções e hemorragias graves. Felizmente, Joelma sobreviveu ao caso e pôde conversar com a reportagem para contar tudo o que ocorreu.
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Gestante denuncia atendimento e negligência no Hospital Materno Infantil
A jovem de 24 anos contou para a reportagem que no dia 3 de maio, estava próxima de completar os 9 meses de gestação e percebeu que estava sangrando. Imediatamente, a jovem se dirigiu com sua mãe para o Hospital Materno Infantil, onde ouviu dos médicos que não tinha a dilatação necessária para o parto e que deveria voltar para casa.
Os médicos ainda afirmaram que o sangramento seria o tampão mucoso, e por isso ela não estaria apta ao parto no dia. No entanto, por conta da dor e do sangramento, Joelma e sua mãe insistiram para que ela ficassem no local sob observação. A jovem ainda relatou que ouviu das enfermeiras que ela estava ocupando vaga à toa no Hospital, e que não deveria estar lá.
Joelma permaneceu no hospital, até que no dia seguinte, 4 de maio, ela já foi conduzida para o parto induzido. No entanto, a jovem não apresentou dilatação para o parto normal e passou todo o dia em trabalho de parto com os médicos forçando o nascimento do bebê, mesmo sem a dilatação necessária.
Até que por volta de 20h, os médicos perceberam que não daria para realizar o parto normal e encaminharam Joelma para o procedimento de cesárea. Por ter ficado muito tempo no canal de parto, a bebê ficou presa, chegando a ficar horas sem respirar e precisou ser reanimada após o parto, que felizmente ocorreu bem.
Gestante relata péssimo atendimento no Materno Infantil
Joelma conta que foi para o leito materno com a bebê, e no último dia de internação ela já sentiu sua barriga inchada e vermelha, o que já a deixou preocupada, mas ouviu dos médicos que era uma reação normal e que poderiam ser apenas gases.
A gestante recebeu alta e contou que com o passar dos dias sua barriga não parou de inchar, mas que os pontos da operação continuavam bem cuidados e a cicatrização seguia como o desejado, mas a gestante ainda se queixava de dores internas.
Gestante sofre infecção pós-parto
No entanto, no dia 17 de maio, 13 dias após o parto, Joelma e sua mãe notaram que ela estava com uma secreção de pus muito grande saindo dos pontos da operação, e percebeu que se tratava de uma infecção.
A mulher ainda afirma que essa infecção não foi adquirida no pós parto, pois fez todos os procedimentos corretos para cuidar do local da operação, mas sim uma infecção interna adquirida durante o parto no Hospital Materno Infantil, que acabou se desenvolvendo por todo esses dias.
Prontamente, Joelma se dirigiu a uma Unidade de Pronto Atendimento, onde ouviu da própria médica do local que aquilo se tratava de uma infecção interna e a encaminhou diretamente para o Hospital Jayme dos Santos Neves no mesmo dia.
Joelma ficou internada e entubada no CTI por quatro dias em estado grave, onde os médicos tiveram que remover seu útero e suas trompas para impedir que a infecção se alastrasse para os outros órgãos. Joelma conta que só veio a receber alta médica no último domingo (04).
Agora fica aí o trauma, né? Fica aí o direito que me tiraram, né? De ter filho daqui pra frente. Fica aí também, quase tiraram minha vida, quase deixei minha filha órfão. Por causa de uma negligência, minha filha quase nasceu morta também. Que o tanto de gente que tinha para reanimar ela. No fundo sempre fica um trauma.
No Hospital Jayme dos Santos neves, Joelma recebeu o diagnóstico de que infecção pós-parto, onde uma bola de pus se alojou em volta do útero e já começava a se espalhar pelo restante do organismo, o que poderia ter sido fatal para a vida de Joelma.
Casos como este se repetem na Serra
A moça ainda conta que durante todo esse processo, teve acesso a outros relatos e depoimentos que também afirmavam ser vítimas dessa mesma negligência médica no Hospital Materno Infantil da Serra, todos com complicações no pós-parto.
Agora, Joelma e sua família pedem por justiça e afirmam que não irão medir esforços para processar o Hospital Materno Infantil da Serra, por todas as perdas irreparáveis e o risco de vida sofrido pela gestante e o bebê no local.
Reportagem procurou a Secretaria de Saúde
A reportagem entrou em contato com a assessoria da Secretaria de Saúde da Serra para relatar a denúncia e questionar se as autoridades estavam a par do caso vivido pela gestante Joelma. Em nota, a assessoria respondeu que:
A Secretaria de Saúde da Serra informa que já está a par das informações e que apura o ocorrido junto à equipe do Hospital Municipal Materno Infantil. A Serra informa ainda que oferece acompanhamento especializado, desde o pré-natal até o pós parto, em toda sua rede e que preza pelo atendimento humanizado a gestantes, puérperas, lactantes e suas famílias.
O Serra Noticiário continua acompanhando o caso de perto e trará novas informações assim que possível.