O jornal Serra Noticiário obteve com exclusividade, a informação que o advogado criminalista Cláudio Salvador Fiorot, de 48 anos, apontado nas investigações como responsável por fazer o famoso “telefone sem fio” entre chefão do tráfico na cadeia e com os criminosos na rua, foi preso no dia no dia 7 de novembro deste ano, na chefatura da Polícia Civil, em Vitória.
Conforme declaração realizada pelo delegado Rodrigo Sandi Mori, na época, em 2020, o advogado, além de fazer a comunicação entre o líder com os comparsas, efetivamente fazia parte da quadrilha.
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Confira no vídeo abaixo publicado no Instagram Serra Noticiário:
Homicídio com mais de 70 tiros
O advogado é acusado de participar de homicídio ocorrido no dia 11 de junho de 2020, em Laranjeiras, na Serra, o qual matou o jovem Douglas Ferreira Casé, de 26 anos, e deixou a namorada dele baleada.
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Na época, o crime gerou grande repercussão devido os atiradores terem acertado 70 tiros no veículo utilizado pelas vítimas, o motorista foi atingido por 34 disparos, enquanto a carona teve 8 perfurações. Douglas, mesmo baleado 34 vezes, ainda conseguiu dirigir do posto de combustíveis até um hospital particular, onde deixou a namorada e continuou dirigindo até falecer na Av. Eldes Scherrer Souza, em Laranjeiras.
A namorada sobreviveu, quatro dias depois recebe alta, prestou depoimento na Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa da Serra (DHPP Serra).
Investigações da DHPP Serra
Após o crime, a DHPP Serra entrou no circuito e passou investigar o caso, no dia 25 de agosto de 2020, o delegado titular Rodrigo Sandi Mori apresentou coletiva à imprensa revelando a elucidação do homicídio de Douglas Ferreira Casé, com prisão de parte da quadrilha e a identidade dos foragidos, entre eles estava o advogado Cláudio Salvador Fiorot.
De acordo com as investigações realizadas pela Divisão de Homicídios da Serra, a ordem de execução partiu de dentro do Centro de Detenção Provisória de Viana (CDPV-2), onde se encontra preso o chefe do tráfico Ramon de Aguiar Mello, que está preso desde 2017 por um homicídio ocorrido durante a paralisação da Polícia Militar.
O chefe do tráfico queria retomar o controle do bairro André Carloni, na Serra, mas segundo o traficante, havia uma pessoa “atrapalhando” a recuperação da biqueira, e essa pessoa deveria ser “eliminada”. O advogado Cláudio Fiorot teria ficado responsável por transmitir a ordem para cometimento do homicídio. Porém a vítima, Douglas Ferreira Casé foi confundido com essa pessoa que seria o alvo do traficante e acabou sendo assassinado de bobeira.
Telefone sem fio
O motorista de aplicativo Paulo Henrique Nascimento dos Santos, é membro da organização criminosa liderada por Ramon, responsável por planejar o encontro com a vítima que viria a ser executado. Paulo Henrique teve ainda o papel de identificar, para os criminosos, o Honda Civic prata onde estavam Douglas e a namorada.
“A vítima alegou que tinha um compromisso na Serra e disse que aguardaria pelo Paulo Henrique no posto, onde ocorreu o crime. Lá ele iria negociar drogas com o Paulo Henrique. Após a negativa do Douglas em esperar na lanchonete, o motorista de aplicativo se deslocou até o posto e lá esperou por ele até o momento do crime”.
Rodrigo Sandi Mori
Delegado titular DHPP da Serra
Rodrigo Sandi Mori explicou que à espera da vítima para ser assassinado estava a dupla de executores formada por Lucas Soares Martins, conhecido como Cara de Urso, e Paulo Renato Micaella dos Anjos Pereira, o PR, ambos moradores do Morro da Garrafa, na cidade de Vitória. No momento da emboscada estavam fortemente armados, dispararam mais de 70 vezes contra o veículo dirigido por Douglas.
Prisão do Advogado após dois anos foragido
Conforme as informações obtidas com exclusividade pelo jornal Serra Noticiário, o advogado criminalista Cláudio Salvador Fiorot, de 48 anos, se entregou no dia 7 de outubro deste ano, na chefatura da Polícia Civil, em Vitória, acompanhado de seu advogado.
Contra Cláudio constam dois mandados de prisão emitidos pela 3ª Vara Criminal da Serra. Após a prisão, o advogado foi encaminhado para Quartel Geral da Polícia Militar, pois terá direito a cela especial, mesmo após ficar dois anos como foragido da justiça.
