Em um desdobramento da reportagem anterior sobre a “Operação peixada”, realizada nesta manhã de sexta-feira (17) por membros dos poderes legislativos, o SINE da Serra, que faz parte da Secretaria de Trabalho, Emprego e Renda (SETER) da Prefeitura da Serra, foi o alvo. A operação parlamentar acabou levando detido o Secretário Adjunto da pasta, Renato Ribeiro, para a delegacia para prestar esclarecimentos.
A reportagem teve acesso ao boletim de ocorrência registrado pelos militares que participaram da ocorrência nesta manhã na Secretaria de Emprego e Renda da Prefeitura da Serra.
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Exclusivo: Operação Peixada no SINE da Serra termina com secretário conduzido para delegacia
Polícia Militar acionada ao SINE
Seguindo orientação do CIODES, uma equipe da Polícia Militar foi ao SINE da Serra. No local, a equipe encontrou o deputado estadual Pablo Aurino Ramos Araújo, mais conhecido como Pablo Muribeca, que estava realizando uma fiscalização de rotina para investigar denúncias de fraude no processo de oferta de empregos.
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Segundo Muribeca, houve relatos de servidores do SINE aceitando currículos e documentos pessoais em papel, contrariando a norma de cadastramento exclusivamente online. A descoberta de um papel intitulado “Curriculo da Cris” entre os documentos reforçou as suspeitas de práticas irregulares no processo seletivo.
Evidências de venda de empregos e confissões
Muribeca relatou que, ao chegar ao SINE, testemunhou uma servidora escondendo um celular institucional, que ele acreditava conter provas de venda de empregos pelo órgão.
Em conversa com os funcionários, foi revelado pela servidora efetiva Maria da Penha Ferreira Falcão Lima que é comum a prática de favorecer pessoas próximas nas seleções de emprego. Além disso, um segundo aparelho telefônico da marca Motorola, de cor azul, foi apreendido pelo deputado estadual.
Secretário adjunto negou acusações
O secretário adjunto do SINE, Renato Ribeiro, chegou ao local durante a operação parlamentar e foi questionado sobre as alegações. Renato negou as acusações de práticas irregulares, afirmando que os documentos eram parte do banco de dados do programa de emprego “Primeiros Passos” da Prefeitura da Serra. Contudo, sua recusa em entregar o celular escondido pela servidora, sob a alegação de precisar de uma ordem judicial, levantou mais suspeitas.
Perante a resistência do secretário em colaborar, o deputado Muribeca decidiu levar o caso à delegacia de polícia civil para mais esclarecimentos. As partes envolvidas, incluindo o deputado, o secretário e a servidora, foram conduzidas pela polícia de maneira consensual e ordenada, devido à tensão e aglomeração no local.
O caso segue na Polícia Civil
A ocorrência foi formalizada e entregue à Terceira Delegacia Regional de Serra, sob os cuidados da Polícia Civil. A reportagem fez contato com a Polícia Civil em busca de mais informações como terminou o caso na delegacia, mas nenhum retorno até o momento da publicação.
Atualização:
A Polícia Civil informa que o servidor municipal, levado à Delegacia Regional de Serra, foi ouvido e liberado pela autoridade policial, visto que após análise não foi possível concluir se houve crime. Diante da falta de elementos conclusivos e da necessidade de apuração mais detalhada, não foi adotado nenhum procedimento flagrancial em desfavor dos envolvidos. Será encaminhada uma cópia dos autos para as Corregedorias da Assembleia Legislativa (ALES) e da Polícia Militar (PMES) para conhecimento e providências cabíveis.“
O que diz a Prefeitura da Serra?
A reportagem também procurou a Prefeitura da Serra e o Secretário Adjunto Renato Ribeiro para obter um posicionamento sobre o caso, mas não obtivemos nenhum retorno desde a publicação da matéria anterior. Contudo, vamos continuar acompanhando e trazendo novos desdobramentos.
Vídeo: Secretário Adjunto diz que foi vítima de abuso de autoridade pela “Operação Peixada”