Recentemente, a reportagem do Serra Noticiário trouxe à luz duas denúncias de negligência no Hospital Materno Infantil localizado em Colina de Laranjeiras, na Serra. Os casos de Keila e Joelma, duas gestantes que tiveram complicações no pós-parto por supostamente erros e falhas médicas, mostraram que as autoridades precisam investigar o Hospital com urgência e sanar essas denúncias.
Leia Mais: Família acusa Hospital Materno Infantil de negligência no parto que causou a morte de gestante na Serra
Leia Também: Gestante fica entre a vida e a morte pós realizar parto no Materno Infantil da Serra e acusa hospital de negligência
Agora, o Serra Noticiário teve acesso a mais um caso de denúncia contra o Hospital Materno Infantil da Serra, que dessa vez teria causado a morte de um recém-nascido, que não teve a chance de voltar para casa no colo da mãe.
- Se inscreva no canal do Serra Noticiário no Youtube e fique conectado nos vídeos! Clique aqui!
Mãe perde a filha no Hospital Materno Infantil
A denúncia partiu de Giovanna Cristina, uma jovem de 23 anos, moradora de Serra Dourada II, que relatou para a reportagem todo o ocorrido durante o seu parto e o que ela julga ter sido a causa da morte de sua bebê.
Giovanna conta que no dia 20 de maio começou a sentir contrações e imediatamente se apresentou no Hospital Materno Infantil por volta das 14h. No local, os médicos constataram que a gestante já estava com 6 cm de dilatação, porém a bebê ainda era prematura, já que não havia completado as 37 semanas. No entanto, a bebê já estava totalmente formada e saudável.
- Entre no nosso canal Serra Noticiário no WhatsApp e fique ligado nas tretas que acontecem na Serra! Aproveite! Clique aqui!
Dessa forma, Giovanna foi internada por volta de 14h40 e mantida na sala de parto em observação. Horas depois, uma médica residente a examinou e constatou que ela estava com 8,5 cm de dilatação e com a pressão arterial elevada. A gestante conta que logo em seguida começou a passar mal e vomitar, mas mesmo assim os médicos não fizeram nada para socorrer a moça.
Gestante abandonada por 14h em trabalho de parto
Já no final da noite, duas médicas e uma enfermeira foram até Giovanna e informaram que ela teria que ser transferida para o Hospital Jayme dos Santos Neves pelo fato da bebê ser prematura. Mas, no mesmo momento, outra médica refutou a afirmação dizendo que a gestante não poderia ser transferida, afirmando que a bebê já estava formada, portanto, não seria prematura.
Nesse momento, ficou nítido que as médicas não tinham um consenso de como proceder na operação e ficaram discordando entre si. Giovanna conta que uma das médicas se recusou a fazer o procedimento, enquanto a outra, mais experiente, tratou de estourar a bolsa da gestante, pois ela já estava ganhando nenê.
Bebê nasce com dificuldades para respirar
Às 23h47 a bebê nasceu com muita dificuldade para respirar e apresentando uma cor roxa. No outro dia pela manhã, a mãe conta que a bebê aparentava estar bem, mas ao chegar à tarde, os médicos informaram que precisariam entubar a bebê. Giovanna conta que as médicas faziam vídeos do estado da bebê e enviavam para outros médicos pedindo instruções do que fazer naquele momento. Mostrando novamente certo despreparo profissional novamente naquele momento.
Assim, às 15h30 do dia 21 de maio, a filha de Giovanna teve uma parada cardíaca e veio a falecer. A gestante também teve complicações pós-parto, mas felizmente conseguiu escapar com vida dessa situação. Como a própria Giovanna contou para a reportagem
“Tiveram que me dar injeção depois do parto para cessar o sangramento. E outra, mesmo eu tremendo muito em cima da cama, colocaram uma estudante para fazer o procedimento de retirada da minha placenta. No laudo de óbito colocaram que ela teve edema pulmonar e cardiopatia congênita. Um problema cardíaco que ela não tinha, pois consta nas ultrassons que eu fiz. E até o dia de ir ganhar meus exames estavam todos normais.”
Negligência teria sido a causa principal da morte da bebê
Giovanna conta que a deixaram 14h em trabalho de parto, e forçaram um parto normal, mesmo ela estando com pressão alta e vomitando. Ou seja, o parto deveria ter sido conduzido para uma cesárea. Por conta da demora para tomar uma decisão sobre o que fazer com a gestante, um líquido entrou no pulmão da bebê e a deixou sem oxigênio por um longo período.
O que fica para essa família e o prejuízo irreparável de entrar em um hospital com um bebê saudável na barriga da mãe, e sair de lá sem essa criança tão aguardada durante 9 meses. Agora, a moça informa que tenta se recuperar psicologicamente e fisicamente para dar entrada em processos contra o Hospital Materno Infantil.
Reportagem procurou a Secretaria de Saúde
A reportagem do Serra Noticiário entrou em contato com a assessoria da Secretaria de Saúde do município para buscar repostas sobre o caso de Giovanna e sua filha. Mas, a resposta que veio da prefeitura foi bem genérica e não tratou em nenhum momento do caso da gestante em questão:
“A Prefeitura da Serra informa que possui uma Coordenação de Monitoramento e Fiscalização para o Hospital Municipal Materno Infantil (HMMI), localizado em Colina de Laranjeiras.
Vale ressaltar que o HMMI já realizou, desde sua abertura, em 19 de fevereiro de 2022, mais de 5.300 nascimentos, sendo a maternidade com maior volume de partos do Estado e baixíssimos índices de mortandade. Isso se deve ao seu compromisso com o bem-estar e o atendimento humanizado oferecido às gestantes e aos recém-nascidos.
Além dos mais de cinco mil nascimentos, no Materno Infantil já foram realizados mais de 25 mil atendimentos, mais de 8 mil internações, cerca de 240 cirurgias ginecológicas, entre outros serviços.
A Serra orienta, ainda, que em casos de incidentes e sugestões, os munícipes busquem os canais oficiais da PMS, como a ouvidoria da Serra, que atende pelo e-mail [email protected] ou pelos telefones 162 / 0800.283.9780 / (27) 3291-2011.”
O Serra Noticiário continua investigando todas essas denúncias e trará novas informações assim que possível.