Nesta sexta-feira (13), a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SESP) e a Polícia Civil do Espírito Santo (PCES) divulgaram a prisão de Wanderli Albano da Silva, de 51 anos, acusado de matar e ocultar o corpo do motorista de aplicativo Anderson Luiz Lira, no dia 03 de junho de 2020, no bairro São Francisco, região da Grande Jacaraípe, no município da Serra. O acusado foi localizado e preso em Cariacica, na última quinta-feira (12), com o uso da tecnologia de Reconhecimento Facial do Estado.

Auxílio da tecnologia de reconhecimento facial
Wanderli Silva estava foragido desde 2017, mas a tecnologia de reconhecimento facial permitiu sua prisão mesmo após anos, mesmo com mudanças na fisionomia ao longo do tempo. O sistema utiliza métricas específicas do rosto — como distância entre os olhos, formato do queixo, boca e outros pontos — para gerar um número identificador, que é comparado com imagens presentes em bancos civis e criminais. Conforme o secretário de Segurança Pública, Leonardo Damasceno, o algoritmo consegue identificar o suspeito mesmo quando ele usa boné, óculos, barba ou apresenta sinais de envelhecimento.

O sistema, em fase piloto desde novembro de 2024 no Espírito Santo, já capturou 150 foragidos, incluindo Wanderli Silva. Ele funciona em três etapas: a câmera identifica uma pessoa com mandado de prisão ou desaparecida e envia um alerta para a central do CIODES; a equipe do CIODES analisa e confirma a possível identificação; por fim, uma equipe policial é acionada para realizar a abordagem e confirmar a identidade através de documentos oficiais.
Prisão do suspeito
De acordo com o superintendente de Polícia Interestadual e Captura (SUPIC), delegado Julio Cesar, a prisão ocorreu no município de Cariacica de forma rápida e tranquila, após o sujeito ser identificado por uma das câmeras do projeto. Ele explicou que a ação faz parte de um projeto piloto da Secretaria de Segurança para implantação do sistema de reconhecimento facial, que facilita o trabalho dos policiais no campo, em ambientes abertos ou fechados.
“Quando o cidadão passa por uma das câmeras, o sistema emite o alerta e temos entre 8 a 14 segundos para acionar a equipe mais próxima. A surpresa e a agilidade são fundamentais para garantir a prisão sem riscos de danos colaterais. O índice de acerto do sistema é de 99%, o que permite um trabalho eficiente e seguro.”
Julio Cesar
Delegado da SUPIC
“A abordagem foi tranquila, sem chance de reação, pois as equipes sempre agem em grupos de três policiais. Como os locais são de acesso público, é essencial que a ação seja precisa e sem causar danos a terceiros. O sistema permite agir com certeza e segurança.”
Julio Cesar
Delegado da SUPIC

Até o momento, o sistema já deteve 150 pessoas, sendo que 20 delas são investigadas por homicídios, demonstrando o avanço da tecnologia no combate à criminalidade.
O crime
O subsecretário de inteligência da SESP, Romualdo Gianordolli Neto, detalhou a motivação do crime. Segundo ele, a vítima Anderson Luiz Lira desapareceu em 3 de junho de 2020, após aceitar uma corrida solicitada por Wanderli Albano e seu comparsa, Leonardo Cintra, em Jacaraípe. Durante o trajeto, os dois anunciaram o assalto e a vítima reagiu. Conforme Romualdo Gianordolli Neto, Wanderli aplicou um mata-leão na vítima e, em seguida, efetuou um disparo no maxilar de Anderson.
Inicialmente, o plano dos criminosos era apenas roubar o veículo e os pertences do motorista de aplicativo, mas a situação saiu do controle. Eles roubaram o carro e os objetos da vítima e ocultaram o cadáver, enterrando Anderson na areia da praia de Jacaraípe. Dois dias depois, o veículo foi encontrado carbonizado em Lagoa de Jacaraípe.
Desentendimento entre os autores do crime e prisões
No dia 8 de junho de 2020, após uma briga entre Wanderli e Leonardo que resultou em agressões físicas, Leonardo procurou a Polícia Civil e revelou que havia enterrado o corpo da vítima a mando de Wanderli. A Polícia Militar localizou o cadáver, e a vítima foi identificada com o auxílio dos familiares, que reconheceram as tatuagens de Anderson Luiz Lira. A identidade também foi confirmada por meio das impressões digitais.
Wanderli Albano e seu cúmplice, Leonardo Cintra, foram presos. Leonardo chegou a ser solto, mas foi preso novamente posteriormente. Wanderli responderá por latrocínio e ocultação de cadáver. Ele estava foragido desde 2017 por outro crime e já tinha passagens por roubo e porte ilegal de arma de fogo.
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