Na última quarta-feira (08), o jornal A Gazeta divulgou uma reportagem exclusiva sobre uma investigação contra o delegado Henrique Couto Vidigal, vinculado ao 17º Distrito Policial de Cariacica. A matéria da repórter Vilmara Fernandes divulgou a acusação de uma suposta participação em uma fraude fiscal que teria desfalcado o Espírito Santo em cerca de R$ 120 milhões, e que aponta o delegado como peça central do esquema.
Delegado de Cariacica vira alvo de investigações por suposta fraude fiscal
A operação, batizada de Decanter, aponta o delegado Vidigal como um possível sócio oculto em um esquema de evasão de impostos no comércio de vinhos. Recentemente, no dia 1º de novembro, a residência do delegado foi alvo de busca e apreensão. Uma ação estratégica da segunda fase da operação conduzida pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal (GAESF) do Ministério Público do Espírito Santo (MPES).
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Assim a matéria ainda trouxe que o juiz Flavio Jabour Moulin, da 6ª Vara Criminal de Vila Velha, ao autorizar a operação, destacou a existência de “fortes indícios” da participação de Vidigal nos crimes investigados. Incluindo crimes contra a ordem tributária e lavagem de dinheiro.
Uma das suspeitas contra o delegado Vidigal é sobre magnitude de seu patrimônio, que segundo a denúncia seria desproporcional ao seu salário de R$ 16.295,96. Isso porque, entre seus bens, constam cinco empresas, veículos de luxo como um Audi A8 e um Chevrolet Camaro, além de três imóveis em um loteamento de alto padrão. A justiça já sequestrou quatro imóveis e três veículos do delegado, e apreendeu dispositivos eletrônicos e documentos diversos.
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Dessa forma, o MPES sugere que Vidigal teria papel central no esquema. O delgado supostamente estaria gerindo empresas fantasmas e utilizando “laranjas” para emitir notas fiscais fraudulentas, inflando os estoques das distribuidoras de vinho envolvidas. Em troca, ele teria recebido pagamentos baseados nos lucros ilícitos.
Delegado Vidigal ainda permanece empossado do cargo em Cariacica
A primeira fase da Operação Decanter, deflagrada em julho de 2022, já havia resultado na prisão de cinco pessoas. Dentre elas, o ex-secretário estadual da Fazenda, Rogélio Pegoretti, que foi liberado após cinco dias.
Enquanto a defesa de Vidigal, sob liderança do advogado Caio Cesar Gomes Rodrigues, alega não ter acesso completo às investigações, a Polícia Civil esclarece que uma Investigação Sumária foi instaurada para apurar as alegações administrativamente. No entanto, até o momento, não houve ordem judicial para o afastamento de Vidigal de suas funções ou suspensão de seu salário.
O Serra Noticiário continua acompanhando o caso de perto e trará mais informações assim que possível.
