Enquanto os vereadores da Serra celebram a aprovação de um aumento salarial de 92% em uma votação relâmpago, a realidade vivida pela população que eles juraram representar é bem diferente. Na última quinta-feira (11), uma paciente denunciou ter ficado mais de 8 horas esperando atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Castelândia, evidenciando o contraste chocante entre a autovalorização dos políticos e a precariedade dos serviços públicos.
O contraste entre o aumento exorbitante dos salários dos vereadores e as dificuldades enfrentadas pela população não é apenas inaceitável, mas imoral. Enquanto parlamentares veem seus salários saltar de R$ 9.208,33 para R$ 17.681,99 mensais a partir de 2025, cidadãos comuns lutam para ter acesso a serviços básicos de saúde.
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A paciente que denunciou a longa espera na UPA de Castelândia é apenas um exemplo entre tantos outros de pessoas que sofrem com a ineficiência e a precariedade do sistema de saúde. Em um momento em que a população mais precisa de atendimento médico de qualidade, a decisão dos vereadores de aumentar seus próprios salários é um tapa na cara do cidadão.
A falta de transparência na aprovação do aumento salarial é um insulto à população e um ataque aos princípios democráticos. A sociedade tem o direito de saber o que seus representantes estão discutindo e decidindo em seu nome. Ao apresentar e aprovar o projeto de aumento salarial no mesmo dia, os vereadores da Serra negaram esse direito à população.
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O prefeito Sergio Vidigal, agora, tem a responsabilidade de sancionar ou vetar o aumento. Em um cenário de crise na saúde e na economia, esperamos que ele escolha em favor do bem-estar da população e do respeito ao dinheiro público, vetando este aumento indevido.
Mas também cabe ao prefeito da Serra articular e pressionar nos bastidores para que os vereadores da base não derrubem um eventual veto seu ao famigerado aumento salarial previsto para a próxima legislatura.
A apuração de bastidores do Serra Noticiário obteve relato de vereadores arrependidos pelos votos a favor do aumento salarial e que possivelmente podem mudar de lado a favor do eventual veto do prefeito.
Este editorial repudia veementemente a decisão da Câmara da Serra. Este não é um momento para aumentos salariais exorbitantes para a classe política, mas sim para austeridade, transparência e responsabilidade com o dinheiro público. Os vereadores da Serra devem uma explicação à população e um compromisso de respeito ao erário e à confiança que lhes foi depositada.
É tempo de olhar para além dos muros da Câmara e reconhecer a realidade dos cidadãos que estão do lado de fora, à espera de atendimento em uma UPA, e que precisam de representantes verdadeiramente comprometidos com o bem público, e não apenas com o próprio bolso em uma eventual reeleição em 2026.