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Por que o Turismo na Serra é tão precário?

A cidade que foi capaz de reunir “diferentes brasis” ainda não encontrou o caminho capaz de conciliar sua vocação industrial com seu potencial turístico. Na Serra, mata-se o turismo com velocidade pandêmica

Foto: Jansen Lube

A Serra deixou sua configuração rural nos anos 60 e 70 do Século XX para tornar-se a partir dos chamados “grandes projetos” uma cidade com conformação prioritariamente industrial. Assim a Serra se fez e aos poucos foi se tornando a pujante economia que hoje representa mais de 20% da riqueza do Espírito Santo. 

Dito de outra forma e de modo mais objetivo, de cada R$ 5,00 (cinco reais) que circulam no Espírito Santo, R$ 1,00 (um real) é fruto do trabalho da população da Serra, uma cidade que construiu a admirável capacidade de abrigar em seu chão brasileiros de todas as regiões. Somos pessoas que aqui vivemos sem conflitos de procedência regional, sem graves insultos de natureza étnica ou religiosa. Aqui todos professam fé no futuro!

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Contraditoriamente, a cidade que foi capaz de reunir “diferentes brasis” ainda não encontrou o caminho capaz de conciliar sua vocação industrial com seu potencial turístico. Na Serra, mata-se o turismo com velocidade pandêmica.

Faça um teste, leitor: tente comer uma pizza segunda-feira, 23h na região de Jacaraípe. É praticamente impossível. Existem aspetos culturais que explicam traços ainda provincianos que fazem com que capixabas “durmam cedo”. Mas há questões que ajudam a agravar o quadro. Sigamos.

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O balneário de Jacaraípe já foi amplamente atraente, com seus quiosques, atrações musicais, blocos de carnaval e trios elétricos.  Hoje quem anda à noite por Jacaraipe tem a impressão de que a região está virando um lugar fantasma. É impressionante o descaso. Ouso dizer que não existe paralelo com qualquer litoral do Brasil.

Vejo o esforço que comerciantes fazem para tentar sobreviver numa região para a qual se desconhece qualquer plano estratégico que tente fazer renascer a efervescência cultural que um dia o balneário já teve. Mas turismo é muito mais do que a agitação praieira ou um palco montado no final do ano. O setor contempla diferentes possibilidades, pode envolver o turismo de negócios, o turismo religioso, etc. E essa preocupação se justifica principalmente porque é um setor que pode gerar emprego, renda e projetar a cidade, transformando a Serra em destino de pessoas de diferentes lugares do Brasil e do mundo.

Entretanto, o desprezo poderia ser revelado num modelo de governança que junta numa mesma pasta Turismo, Cultura, Esporte e Lazer (Setur). Mas vai além. A Serra tem um secretário de Turismo que, ouso dizer, se lhe vendarem os olhos e o levarem ao Bairro Serramar (região de Nova Almeida) e lhe disserem que ele está em Jardim Carapina, ele não saberá se é verdade ou mentira. Isso é o resultado de acordos políticos que compensam derrotas eleitorais com acomodação em cargos por vezes estratégicos e para os quais é fundamental ter conhecimento sobre a geografia do lugar e alguma identidade com a cidade. Nem de longe parece ser o caso. Perde a Serra. Perde o futuro.

O desprezo com que o Turismo e a Cultura são tratados na Serra se confirma na ausência de um Teatro, no abandono do Sitio Histórico de Queimados na precariedade de um calendário cultural que não contempla bairros de grandes potenciais artísticos, como Feu Rosa, por exemplo.  

Resta evidente que o Turismo na Serra não prospera porque é tratado como uma questão menor. Se, para alavancar o turismo, o poder público tiver a mesma preocupação que teve para fechar os comércios na época da pandemia, a solução certamente será encontrada. Mas, estranhamente, na Serra o Turismo é posto na periferia das preocupações governamentais e quase sempre, como agora, entregue a quem não sabe o que fazer na área.  

** Este texto não reflete, obrigatoriamente, a opinião do Serra Noticiário


Sargento Maurício – Colunista Serra Noticiário – Formado em jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), 1° Sargento da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), cursou Ciências Sociais e Letras Português, professor, blogueiro e analista político.

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