Na última quarta-feira (02), o presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (ALES), Marcelo Santos (União), fez duras críticas ao uso da máquina pública com finalidade eleitoral. Durante discurso no plenário, ele acusou secretários estaduais de transformarem suas pastas em verdadeiros “comitês eleitorais”. Segundo o deputado, cidadãos estariam sendo coagidos a declarar apoio político antes de receberem serviços públicos.
O parlamentar não citou nomes, mas afirmou que a prática tem ocorrido em diferentes áreas do governo e chamou atenção para o impacto negativo na imagem do governador Renato Casagrande (PSB) e na relação entre Estado e população.
“Vergonhoso”, diz Marcelo sobre condutas na gestão estadual
O parlamentar classificou as práticas como “vergonhosas” e alertou que podem configurar crime eleitoral. “Não confundam suas pastas com comitê eleitoral”, afirmou.
“Faço um alerta aos secretários de Estado: não confundam as suas pastas com comitê eleitoral, porque a Assembleia Legislativa não vai permitir que isso aconteça e muito menos essa coação que é feita com cidadãos que procuram a prestação de serviços do Estado e só é entregue se ele declarar apoio a um secretário de Estado que coloca o seu nome à disposição para uma disputa eleitoral que é só o ano que vem“
Marcelo Santos
Presidente da ALES
Secretários com pré-candidaturas multiplicam-se no governo
Como mostrado recentemente em apuração exclusiva pela coluna Vitor Vogas, no jornal ES360, ao menos dez secretários do Governo do Espírito Santo são considerados pré-candidatos às eleições de 2026. A princípio, cinco a deputado estadual e cinco a federal. Entre eles está Tyago Hoffmann, secretário estadual da Saúde, ex-deputado federal e pré-candidato a deputado federal, e Givaldo Vieira, diretor-presidente do Detran-ES, pré-candidato a deputado estadual.
Além dos secretários, outras figuras ligadas ao governo também estão sendo cotadas, aumentando o número de agentes públicos envolvidos em movimentações políticas.
Marcelo defende separação entre função pública e projeto pessoal
O presidente da ALES reforçou que o papel dos secretários deve ser o de promover o desenvolvimento do estado. Ou seja, não deve se confundir fortalecimento de projetos políticos individuais.
“Tenho plena convicção de que o governador Renato Casagrande não concorda com isso”, afirmou. “Mas é um alerta que faço aos secretários de Estado que têm a pretensão de disputar uma eleição: primeiro cumpram o seu papel, ao qual foram designados pelo governador, para cumprir a missão de secretário de Estado.”
Marcelo Santos
O Serra Noticiário continua acompanhando o caso de perto e trará novas informações assim que possível.
- Entre no nosso grupo Serra Noticiário no WhatsApp e fique ligado nas tretas que acontecem na Serra! Vagas limitadas Clique aqui!