A imagem que habita o imaginário coletivo sobre as praças públicas está passando por profunda transformação. Antes, as praças eram lugares para encontro de famílias, diversão, arte, celebrações de natureza religiosa, etc.
Nesse sentido, construir praças se tornaria sinônimo de preocupação com a vida coletiva, estreitamento de laços comunitários e, por isso, forma de prevenção à violência. Assim, construíram-se praças. O tempo passou. E a quantidade de praças aumentou. Entretanto, percebe-se, essas construções não foram acompanhadas da justa preocupação de ocupá-las. O resultado trágico é a transformação desses espaços em lugares nos quais maconheiros, cocainômanos e outros tipos criminosos transformam em verdadeiros maconhódromos. A consequência óbvia é o afastamento dos verdadeiros donos desses espaços: as famílias.
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A Polícia Militar e a Guarda Civil fazem muito, com patrulhando ostensivo, abordagens e várias prisões de criminosos. No entanto, a prefeitura da Serra está deixando a desejar em outra parte da sua reserva de competência. No entorno de alguns quiosques, com o silêncio aparentemente cúmplice dos responsáveis por esses estabelecimentos, comercializam-se entorpecentes de forma despudorada.
Observa-se a ausência de ações da municipalidade no sentido de fiscalizar o horário de funcionamento e por que existem Quiosques que funcionam até o amanhecer do dia, com evidências de que os responsáveis, ou seja, os que detêm a concessão, não temem quaisquer ações da municipalidade.
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É uma falha tão grave quanto injustificável da prefeitura da Serra. A esmagadora maioria dos responsáveis por Quiosques mostram-se comprometidos com o adequado e cuidadoso uso dos referidos espaços. Justamente por isso não podem perder seus bons clientes, que se sentem amedrontados com as “estranhas movimentações” no Quiosque vizinho.
Além disso, o estímulo à ocupação cultural das praças é quase inexistente. Dessa forma, sem o município assumir o papel de indutor de boas atividades culturais e negligenciando as possibilidades de utilização responsável dos quiosques, o caminho fica aberto para maconheiros ostentarem seu poder despótico, afastando as famílias, o que atrai outros criminosos, e assim as praças começam a ganhar aspectos de cracolândias.
Uma cidade com mais de meio milhão de habitantes como a Serra não pode permitir que seus espaços públicos sejam degradados, que suas famílias se sintam amedrontadas justo nos lugares que, por excelência, historicamente são pontos de encontro para diferentes atividades construtivas: as praças!
Por fim, as praças são lugares de possibilidades de trabalho, renda, cultura e lazer. Mas sem o protagonismo do município podem se transformar em lugares hostis à presença humana, e assim podem fazer a cidade se reencontrar com indicadores de segurança que já fizeram da Serra a cidade mais violenta do Brasil. Ninguém deseja isso!
** Este texto não reflete, obrigatoriamente, a opinião do Serra Noticiário
Sargento Maurício – Colunista Serra Noticiário – Formado em jornalismo pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), 1° Sargento da Polícia Militar do Espírito Santo (PMES), cursou Ciências Sociais e Letras Português, professor, blogueiro e analista político.